Violência Contra Idosos: Como Identificar e Denunciar

A violência contra idosos é uma realidade alarmante e silenciosa que afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), mais de 42 mil denúncias de violações contra pessoas de 60 anos ou mais foram registradas somente no início de 2024 no país.

Vale pontuar ainda a violência não se limita a agressões físicas — negligência, abuso financeiro, violência psicológica e abandono também são algumas das formas mais frequentes. Por isso, neste conteúdo, você descobre como identificar esse tipo de violência e como agir em caso de uma.

Entendendo os tipos de violência contra idosos conforme o Estatuto da Pessoa Idosa

Segundo o Estatuto da Pessoa Idosa, proteger os idosos é um dever não apenas da família, mas de toda a sociedade e Estado. Isso reforça a necessidade de identificação e denúncia desses casos.

A instituição reconhece como violência qualquer ação ou omissão que cause sofrimento físico, psicológico ou material ao idoso, intencionalmente ou não. Entre os tipos mais comuns de violência, segundo o Estatuto, estão:

• Negligência, que ocorre quando o idoso não recebe cuidados básicos, como alimentação, higiene ou medicamentos;
• Abandono, que muitas vezes se dá no próprio ambiente doméstico ou em hospitais;
• Violência psicológica, a qual traz humilhações, ameaças e isolamento social que comprometem a saúde mental e a autoestima do idoso;
• Abuso financeiro ou patrimonial, que envolve a apropriação indevida de bens, dinheiro ou pensões, muitas vezes praticada por familiares ou cuidadores;
• Violência física, como agressões que deixam marcas, e de violência sexual, em que o idoso acaba obrigado a praticar ou presenciar atos sem consentimento.

Como identificar os maus-tratos

Nem sempre os sinais de violência ao idoso são visíveis. Além de ferimentos físicos, alterações no comportamento, como isolamento, perda de apetite ou quadros de depressão, podem ser indícios de que algo está errado.

Além disso, mudanças repentinas no estado emocional ou cognitivo do idoso, muitas vezes ignoradas, também podem estar relacionadas as situações de maus-tratos.

No caso de violência psicológica ou patrimonial, por exemplo, a vítima pode demonstrar medo ou relutância em falar sobre seus bens e finanças.

Por isso, familiares, vizinhos e profissionais de saúde precisam estar atentos a qualquer comportamento ou situação que possa indicar abuso.

Como denunciar violência contra idosos

Denunciar casos de violência contra idosos acaba essencial para romper o ciclo de abusos. O Disque 100, principal canal de denúncia, funciona de forma gratuita e anônima.

Nele, qualquer pessoa pode relatar casos de maus-tratos, assim como fornecer informações básicas, como endereço e nome da vítima, para que as autoridades possam agir.

Além disso, também é possível procurar delegacias especializadas, conselhos municipais e estaduais do idoso, ou até mesmo a Polícia Militar em situações de emergência.

Em todos os casos, o anonimato é garantido, e o relato pode acontecer por familiares, vizinhos ou qualquer pessoa que suspeite de abusos.

Responsabilidade de todos

Por fim, vale lembrar que garantir a proteção aos idosos é um compromisso coletivo.

Assim, identificar sinais de maus-tratos, oferecer apoio a cuidadores sobrecarregados e denunciar casos de violência são formas de agir.

Campanhas como o Junho Violeta buscam conscientizar a sociedade sobre a necessidade de vigilância contínua e de respeito à dignidade dos idosos.

Cada denúncia, portanto, acaba como uma oportunidade de salvar vidas e de garantir que os direitos das pessoas idosas sejam preservados. Afinal, cuidar dos idosos de hoje é um gesto de respeito e proteção ao futuro de todos.

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